Na empolgação, o Ceará aproveitava a velocidade de Osvaldo e Felipe Azevedo para bagunçar a defesa adversária. Não era raro ver o camisa 9 do Vozão chegar na cara de Julio Cesar depois de passar por Fabio Santos. E essas arrancadas assustavam tanto a retaguarda do Corinthians como fazia a torcida se agitar nas cadeiras.
O Corinthians só não levou o primeiro gol no tempo inicial porque Julio Cesar fez milagres. Tirou no cantinho direito uma bola cabeceada por Marcos Paulo e salvou com o pé esquerdo a bola de Osvaldo. Quando não tinha muito o que fazer com as mãos ou os pés, o goleiro do Timão torceu. E deu certo. Em um dos lances mais claros para o Ceará, o arqueiro viu a bola passar por sua cabeça e sair por cima do travessão, depois do chute de Felipe Azevedo.
Sem criatividade no meio-campo, o Corinthians penava para levar algum perigo ao goleiro Fernando Henrique. Liedson parecia amarrado no gramado, sem conseguir arrancar. A bola, é verdade, também não chegava facilmente ao ataque. Não era raro ver Emerson Sheik voltando para buscar jogo, na tentativa de atrapalhar a vida do Ceará.
E no fim do primeiro tempo ficou clara a superioridade cearense. Foram oito finalizações contra três do Corinthians. E restou ao zagueiro Leandro Castán a sensação de alívio:
- Pelo menos não levamos o gol.
A situação era ruim porque, enquanto o Timão penava para segurar o empate com o Ceará, o Vasco vencia o Palmeiras em São Paulo, resultado que lhe dava a primeira colocação.
Timão arranca vitória no fim
Na tentativa de sofrer menos com as investidas do Vozão, Tite trocou Liedson por Morais. As chegadas dos cearenses já não foram mais tão frequentes. Mas na frente o Timão ainda penava para se encontrar. Sheik, o melhor do time, se via constantemente isolado pelo lado esquerdo, sem ter com quem tabelar.
E o passar do tempo não favorecia nenhuma das duas equipes. Desperdiçando chances, o Ceará viu o Atlético-PR - que bateu o São Paulo - roubar a sua colocação na tabela. Mas, pelo lado corintiano, uma notícia distante trazia certo alívio.
Alguns torcedores corintianos que estavam no estádio sabiam que o seu principal rival, o Palmeiras, acabou dando uma forcinha. O gol de Luan, que deu o empate com o Vasco, agitou a Fiel na arquibancada. E calava por alguns instantes os cearenses.
Mas o respiro mais fundo de alívio ainda viria para os torcedores que encararam a longa viagem de São Paulo até Fortaleza. Ralf lançou Ramírez na esquerda, que avançou em velocidade. O peruano, que havia entrado pouco tempo antes na vaga de Danilo, fintou o marcador e tocou na saída do goleiro Fernando Henrique. Um silêncio profundo tomou conta do Presidente Vargas e só foi quebrado pela Fiel corintiana.
O Ceará foi com tudo ao ataque, mas o Timão soube segurar o resultado. No final, extenuados, alguns corintianos se jogaram no campo. Com aquela sensação de dever cumprido.
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